quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A Universalidade da Salvação no Evangelho de Lucas



por Fernando Albano

            Conforme as Escrituras o ser humano carece de salvação. Há um problema universal chamado pecado, que quando não resolvido conduz suas vítimas a um fim trágico, isto é, a morte eterna (13.27-28). Mas segundo a teologia de Lucas se a perdição tem amplitude universal também a salvação é igualmente universal (24.47). Não é debalde que Lucas, entre outras coisas, é intitulado de o “teólogo da salvação”.
           É interessante observar que a palavra "Salvador" não aparece em nenhum dos Sinópticos, exceto em Lucas (1:47; 2:11). Da mesma maneira, o substantivo "salvação" e o adjetivo "salvo" são encontrados somente em Lucas, dos Sinópticos.[1]  Em Lucas a salvação de Deus é amplamente demonstrada e, isso de muitas formas, principalmente mediante as palavras, parábolas e ações de Jesus. Ao longo desse evangelho encontramos muitos exemplos da compaixão de Jesus pelos pobres, pelos rejeitados e marginalizados. Um outro aspecto notável do evangelho de Lucas é seu interesse pelas mulheres e crianças. Os rabinos consideravam pecado ensinar uma mulher, mas Jesus ensinou as mulheres com  a mesma dedicação com que ensinou os homens. Podemos facilmente nos emocionar nas cenas de grande ternura em que Jesus estende o amor e o perdão de Deus às pessoas que, segundo parece, haviam perdido toda a esperança”.[2] Sem dúvidas, segundo a perspectiva de Lucas a salvação de Deus diz respeito à todas as pessoas, independentemente de seu gênero, raça ou condição social. Carson bem escreveu: “Simeão cantou que o menino Cristo era “luz para revelação aos gentios” (2.32). Em outra passagem significativa do início do livro (3.4-6), Lucas cita Isaías 40. Mateus também cita essa passagem, mas Lucas inclui as palavras “e toda carne verá a salvação de Deus” (3.6)”. Pessoas virão de toda parte para assentarem-se no reino de Deus (13.29). Evans afirmou:
Lucas consegue oferecer a religião exclusivista e particular de Israel à humanidade toda, e aplica-la a todas as pessoas. Esse movimento para fora do contexto muito estreito da Palestina e do judaísmo, em direção a todas as raças e tribos da humanidade, realiza-se no livro de Atos.[3]
 Em Lucas 19.10 está registrado: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." Como, segundo a Bíblia, em todo o mundo há perdidos, logo, a salvação jamais pode ficar limitada ao “cercado” judaico. Podemos identificar numerosos episódios, expressões e parábolas que atestam o amor e a misericórdia de Deus para com todos os  pecadores. Por exemplo, as parábolas da moeda, ovelha perdidas e o filho pródigo (15). Três elementos com algo em comum: o estado de perdição, contudo, todos são igualmente achados, formando assim, um poderoso testemunho do amor de Deus que encontra os perdidos. Na teologia de Lucas, ressaltamos mais uma vez, a salvação de Deus é de natureza universal. Ninguém é excluído da história da salvação.[4] Deste modo podemos observar:
a) No relato do envio dos Doze pelo Senhor, Lucas omite claramente as palavras preservadas por Mateus: “Não tomeis rumo aos gentios” (9.1-6);
b) Apenas Lucas conta sobre os dez leprosos que foram curados e que só um deles, um samaritano, voltou para agradecer (17.11-19);
           c) -  Lucas é o único que preservou a expressão: “e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (21.24).
           Fica claro diante desses textos a preocupação teológica de Lucas em proclamar o caminho da salvação como sendo acessível também para os gentios, algo que o judaísmo do seu tempo apresentava forte resistência. Isto posto, hoje a Igreja é desafiada a dar continuidade ao caminho da salvação, prosseguindo na anunciação das Boas Novas de salvação a todas as pessoas, inclusive àquelas com as quais não simpatizamos. 
           “[...] em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vocês são testemunhas destas coisas”. (24.47-48).
         
             


[1] HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2001. p. 125.
[2] EVANS, Craig A. Novo comentário bíblico contemporâneo: Lucas. São Paulo: Vida, 1996. p. 22.
[3]  EVANS, Craig A. Novo comentário bíblico contemporâneo: Lucas. São Paulo: Vida, 1996. p. 22.
[4] Evidentemente que não pretendemos afirmar que todos serão salvos, mas sim afirmar o interesse de Deus pela salvação de todas as pessoas. Sabemos segundo as Escrituras, que haverá pessoas que não serão salvas por conta de sua desobediência e incredulidade em relação ao Evangelho.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BTCast #011 - Não Matarás - pt. 2

Muito bem moçada, Bibo e MAC se juntam para terminar a conversa sobre o sexto mandamento – NÃO MATARÁS! 
Os assuntos tratados são delicados e envolvem situações limítrofes. Aborto, Suicídio e Eutanásia! Nem pense em abortar nossa audiência!

PS – povo que mandou email, pedimos perdão, não é descaso nem desinteresse com vocês, mas devido a extensão do assunto, tivemos que deixar a leitura de fora, mas prometemos que no próximo não passa. Espero que nos entendam e nos perdoem.


Não quer baixar, ouça abaixo:

Comentamos no podcast:
Filme: Dr. Morte!

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AudioPost #1 BiboTalk visita a IURD


Muito bem moçada, conforme prometido no twitter, surge agora aqui no blog o AudioPost.
Como nem sempre tenho tempo de escrever, mas falo pelos cotovelos, porque não um post em áudio?
A ideia é ser breve, mas nesse primeiro me empolguei com a história fui longe hehe.

Na estreia do AudioPost trago a vocês a visita que fiz há tempos na IURD. O culto salve enganos, era o do descarrego. Ouça aí e tire as próprias conclusões!

Semana que vem tem mais...

Se preferir, ouça abaixo:
AudioPost #1 by bibotalk

terça-feira, 9 de agosto de 2011

NESTA SEMANA TEM METANÓIA

PARA AMPLIAR, CLIQUE SOBRE O CARTAZ
Entrada Franca Moçada, será uma noite pra pensar, adorar e voltar atrás!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pentecostal do século XXI

 Por Fernando Albano

O pentecostalismo é conhecido como movimento do Espírito Santo. Uma de suas referências é a crença no Batismo do Espírito Santo que capacita o crente a falar em “línguas estranhas”. Possuir esta capacidade é demonstrar que se está “cheio do Espírito Santo”. Hoje, é bem verdade que tal ênfase está dando lugar à teologia da prosperidade, que habilita os fiéis a falar na “língua conhecida” do mercado e do capitalismo selvagem: assim, têm se falado em carros, bênçãos, vitórias, prosperidade financeira, etc. É, parece que os crentes já não querem apenas falar em “línguas estranhas”. Aliás, também não querem mais ser estranhos, pois cada dia se adapta aos regimes e modas da sociedade, perdendo assim, suas características conservadoras, seus bons costumes, etc.

            Mas isso é outra história; voltemos a nossa atenção para o falar em línguas estranhas, sobre o batismo no Espírito Santo. Como disse esses são itens bem valorizados no pentecostalismo. Mas arrisco a dizer que hoje, mais do que falar em línguas estranhas, precisamos também ouvir línguas estranhas. Precisamos ouvir vozes que nos soam estranhas, mas que talvez nos ensinem preciosas lições que nos ajudem na formação de nossa identidade pentecostal no século XXI. Sugiro que ouçamos as “línguas estranhas” da sociologia, da filosofia, da psicologia e até da teologia! Por muito tempo falamos em línguas estranhas, mas nos fizemos surdos às “línguas estranhas”. 

O pentecostal deste tempo que quiser ser relevante para a sociedade deve não apenas falar em línguas estranhas, mas também ouvir “línguas estranhas”. Deve falar com Deus e ouvir os homens; conhecer sobre o céu, mas também o que se passa em nossa terra. Falar em línguas estranhas (dom espiritual) e escutar línguas estranhas (conhecimento humano que nos parece estranho) constitui-se hoje em necessidade urgente para o pentecostalismo. Se apenas falar em línguas estranhas, não será ouvido pela sociedade e será tido como estranho. Se apenas ouvir as línguas estranhas da sociedade, perderá a identidade, e acabará estranho. Assim, fé e razão, dons e conhecimento. Ao pentecostalismo convém reconciliar a cabeça e o coração; a boca e os ouvidos.

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