
Estamos na semana onde tradicionalmente se comemora a Reforma Protestante, evento desencadeado no dia 31 de outubro de 1517, após Lutero fixar 95 teses contra as indulgências e outros desvios teológicos da igreja na época. No intuito de valorizar esse evento, o CEEDUCCentro Evangélico de Educação e Cultura está promovendo a terceira edição do Fórum de Pentecostalidade e Reforma. Já tivemos quatro comunicações por parte tanto de alunos como de funcionários, e o tema gira em torno do possível diálogo desses dois movimentos que tinham e tem algo em comum: servir ao Reino de Deus voltando às origens, voltando-se para o NT. Nessas duas noites de fórum uma coisa já está evidente: todos concordam que uma reforma se faz necessária, ou melhor, que uma volta aos princípios da Reforma urge!
A Reforma
É bem verdade que Lutero não pretendia deflagrar um movimento com as 95 teses, antes, esclarecer uma questão que afetava diretamente a espiritualidade de seus paroquianos: a indulgência. O reformador só queria como teólogo e cura d’almas, zelar pela correta doutrina e pregação da Igreja.[1] Contudo, abalou os fundamentos medievais de seu tempo e abriu novos horizontes na política, na economia, na educação, etc. A Reforma pode-se dizer de certa forma, é uma volta as origens, é a busca pela centralidade de Cristo, da fé, da graça e das Escrituras.
O Pentecostalismo
O pentecostalismo enquanto outro movimento do Espírito, organiza-se em 1901 em Topeka e rompe fronteiras com a rua Azusa. O pentecostalismo é também uma volta às origens e ainda que não reconheça, deve sua existência a Reforma. Sua convicção de ser um resgate as origens é tão intenso que praticamente despreza toda a história eclesiástica que vem atrás de si, dando importância somente as Escrituras, o que é muito bom, e ruim.
Busca Comum
Penso que Wittenberg e Azusa são duas tentativas de volta às origens, é claro, com ênfases diferentes. Mas a idéia que perpassa os dois movimentos é a mesma: um cristianismo limpo de tradicionalismos e invenções humanas. Mas como todo movimento que surge na história da igreja sua força inicial é amenizado surgindo sempre um grupo que tenta voltar às origens que embalaram o início do movimento.
Não precisamos de uma nova reforma
Com tanta história atrás de nós, marcadas por erros e acertos, creio que não precisamos fazer uma nova reforma, devemos sim, resgatar os princípios bíblicos e as balizas defendidas pela Reforma Protestante do séc. 16, resgatar a busca pelo poder do Espírito Santo difundido pelo movimento pentecostal do séc. 20. Mesmo que estejamos no séc. 21, esses princípios são atuais, visto a história ser cíclica. Prova de que devemos resgatar a história a inventar algo novo, são os ranços da Idade Média que estão presentes na igreja hodierna (leia o artigo abaixo caso queira ver os paralelos entre o catolicismo e o pentecostalismo). Tanto reformados luteranos como pentecostais se perderam, em grande medida, nos becos da história e precisam achar o caminho de volta. O ideal seria se ambos os movimentos andassem de mãos dadas, um aprendendo com o outro, resgatando o que cada um tem de melhor.
Considerações finais
Sinceramente? Dando uma rápida olhada para os herdeiros da reforma e do movimento pentecostal tal resgate parece impossível. De um lado, generalizando, temos os reformados, que se engessam numa liturgia engessada e uma teologia fechada em si mesma, de outro, os pentecostais, que dando fruto à imaginação inventam modismos atrás de modismos, transformando esoterismo em cristianismo em nome de Jesus Cristo. Mas nem tudo está perdido certo? Pois ainda temos: reformados que crêem que a academia pode se relacionar com a ação do Espírito e: pentecostais que valorizam a teologia e reconhecem “nem tudo cai do céu”. Nossa lição de casa é resgatarmos a história e não falarmos “latim” ao povo. E a educação pode ser um caminho nessa busca pelo caminho de volta para casa.
Reconheço que esse texto é incompleto diante de temas tão profundos, contudo seu objetivo era uma pequena reflexão em comemoração a semana da Reforma e aos 75 anos de movimento pentecostal em Joinville-SC.
A Reforma
É bem verdade que Lutero não pretendia deflagrar um movimento com as 95 teses, antes, esclarecer uma questão que afetava diretamente a espiritualidade de seus paroquianos: a indulgência. O reformador só queria como teólogo e cura d’almas, zelar pela correta doutrina e pregação da Igreja.[1] Contudo, abalou os fundamentos medievais de seu tempo e abriu novos horizontes na política, na economia, na educação, etc. A Reforma pode-se dizer de certa forma, é uma volta as origens, é a busca pela centralidade de Cristo, da fé, da graça e das Escrituras.
O Pentecostalismo
O pentecostalismo enquanto outro movimento do Espírito, organiza-se em 1901 em Topeka e rompe fronteiras com a rua Azusa. O pentecostalismo é também uma volta às origens e ainda que não reconheça, deve sua existência a Reforma. Sua convicção de ser um resgate as origens é tão intenso que praticamente despreza toda a história eclesiástica que vem atrás de si, dando importância somente as Escrituras, o que é muito bom, e ruim.
Busca Comum
Penso que Wittenberg e Azusa são duas tentativas de volta às origens, é claro, com ênfases diferentes. Mas a idéia que perpassa os dois movimentos é a mesma: um cristianismo limpo de tradicionalismos e invenções humanas. Mas como todo movimento que surge na história da igreja sua força inicial é amenizado surgindo sempre um grupo que tenta voltar às origens que embalaram o início do movimento.
Não precisamos de uma nova reforma
Com tanta história atrás de nós, marcadas por erros e acertos, creio que não precisamos fazer uma nova reforma, devemos sim, resgatar os princípios bíblicos e as balizas defendidas pela Reforma Protestante do séc. 16, resgatar a busca pelo poder do Espírito Santo difundido pelo movimento pentecostal do séc. 20. Mesmo que estejamos no séc. 21, esses princípios são atuais, visto a história ser cíclica. Prova de que devemos resgatar a história a inventar algo novo, são os ranços da Idade Média que estão presentes na igreja hodierna (leia o artigo abaixo caso queira ver os paralelos entre o catolicismo e o pentecostalismo). Tanto reformados luteranos como pentecostais se perderam, em grande medida, nos becos da história e precisam achar o caminho de volta. O ideal seria se ambos os movimentos andassem de mãos dadas, um aprendendo com o outro, resgatando o que cada um tem de melhor.
Considerações finais
Sinceramente? Dando uma rápida olhada para os herdeiros da reforma e do movimento pentecostal tal resgate parece impossível. De um lado, generalizando, temos os reformados, que se engessam numa liturgia engessada e uma teologia fechada em si mesma, de outro, os pentecostais, que dando fruto à imaginação inventam modismos atrás de modismos, transformando esoterismo em cristianismo em nome de Jesus Cristo. Mas nem tudo está perdido certo? Pois ainda temos: reformados que crêem que a academia pode se relacionar com a ação do Espírito e: pentecostais que valorizam a teologia e reconhecem “nem tudo cai do céu”. Nossa lição de casa é resgatarmos a história e não falarmos “latim” ao povo. E a educação pode ser um caminho nessa busca pelo caminho de volta para casa.
Reconheço que esse texto é incompleto diante de temas tão profundos, contudo seu objetivo era uma pequena reflexão em comemoração a semana da Reforma e aos 75 anos de movimento pentecostal em Joinville-SC.
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[1] DREHER, M. N. In: LUTERO, Martinho. Obras selecionadas: os primórdios escritos de 1517 a 1519. 2 ed. São Leopoldo: Sinodal, Porto Alegre: Concórdia, Canoas: Ulbra., 2004. v.1. p. 20.
[1] DREHER, M. N. In: LUTERO, Martinho. Obras selecionadas: os primórdios escritos de 1517 a 1519. 2 ed. São Leopoldo: Sinodal, Porto Alegre: Concórdia, Canoas: Ulbra., 2004. v.1. p. 20.