Dando continuidade ao texto Dons e ministérios na igreja local, (leia aqui se quiser pegar o fio vermelho) onde estamos falando sobre os dons ministeriais de Ef 4.11-13, vamos agora responder a pergunta que deixamos no fim daquele texto e que serve de título deste: Ainda existem apóstolos?
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Hoje em dia nenhum de nós consegue passar pelo crivo de At 1.21-26. Sem contar que o NT não mostra em nenhum momento a transmissão do apostolado de um indivíduo para o outro. Mesmo se considerarmos uma visão espiritual do Cristo ressuscitado, não podemos esquecer que o próprio Paulo considerou sua vocação ao apostolado como excepcional: “E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo”.
Outro ponto que devemos considerar é o fato de que não há mais fundamento a ser lançado, pois a igreja se firmou e se firma no testemunho dos apóstolos. O cânon bíblico já está fechado e a Igreja não aceita mais nenhuma revelação além daquela contida nas Escrituras.
Contudo, os ministérios alistados em Ef 4.11ss apontam que eles foram dados por Deus para “todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” Sabemos que essa bendita consumação ainda não chegou, por isso, podemos crer que de certa forma o ministério de apóstolo ainda é válido, não que o apóstolo de hoje lança novos fundamentos para a Igreja, mas que seja uma pessoa que agrega em si características parecidas com a dos primeiros apóstolos, como “uma profunda experiência pessoal, resultando no poder de estabelecer ou fundar igrejas e prover adequada liderança espiritual para o povo de Deus”.
Contudo, os ministérios alistados em Ef 4.11ss apontam que eles foram dados por Deus para “todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” Sabemos que essa bendita consumação ainda não chegou, por isso, podemos crer que de certa forma o ministério de apóstolo ainda é válido, não que o apóstolo de hoje lança novos fundamentos para a Igreja, mas que seja uma pessoa que agrega em si características parecidas com a dos primeiros apóstolos, como “uma profunda experiência pessoal, resultando no poder de estabelecer ou fundar igrejas e prover adequada liderança espiritual para o povo de Deus”.
Muitas pessoas hoje em dia têm se autoproclamado apóstolo, e isso é um problema, visto o apostolado, assim como os outros dons, ser dádiva divina. Logo, a pessoa não tem o direito de se proclamar alguma coisa, antes, é a comunidade de fé que a proclama, sem contar que muitos dos apóstolos atuais ficam anos e anos presos em seu próprio ministério, e isso não é ser apóstolo, pois este está sempre em movimento, fundando e edificando igrejas.
Devido ao sistema eclesiástico atual das diversas denominações evangélicas no Brasil, o conceito bíblico de apóstolo não se encaixa adequadamente. Kaldeway explica:
O ministário apostólico não pode ser confundido com uma posição hierárquica. Na verdade, um apóstolo com frequencia irá liderar por causa de sua posição chave, mas ele não é o “chefe” [...] O Novo Testamento não conhece pirâmide hierárquica. Os apóstolos da Bíblia estão embaixo e não em cima (veja 1Co 4.9-13!). Na igreja de Jesus não há títulos de honra [...] entre aqueles que o seguem não serão mais criadas posições de poder. Pessoas não serão veneradas [...] pelo fato de usarem o muito promissor título “Apóstolo”.
Por isso, o mais próximo de apóstolo que temos, no movimento pentecostal clássico, é o missionário. Ele abarca as características de um apóstolo neotestamentário: leva o evangelho, implanta igrejas, fortifica os alicerces, gera líderes e parte para outro desafio.
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Referências:
GEE, Donald. Os dons do ministério de Cristo. Florida: Vida, 1987.
BARNETT, P. W. apóstolo in: HAWTHORNE, G. F.; MARTIN, R. P.; REID, D. G. (orgs) Dicionário de Paulo e suas cartas. São Paulo: Vida Nova: Paulus: Loyola, 2008.
KALDEWAY, Jens. A forte mão de Deus: o ministério quíntuplo: Curitiba: Esperança, 2005.
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