quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O perdão de Deus


Por Fernando Albano, 29, professor de Teologia no Centro Evangélico de Educação e Cultura – CEEDUC, Joinville (SC).


“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12).


Quem de nós sabe o quanto exatamente devia para Deus, quando vivia afastado da graça salvadora que há em Jesus? Há um hino que diz assim: “Eu nunca saberei o preço dos meus pecados lá na cruz”. Acreditamos haver muita verdade nessa frase. A questão também não é somente quantitativa, pois devemos considerar que, não temos a percepção exata do quanto ofendemos a Deus com o nosso pecado.
Considerando que Deus é absolutamente santo, separado de toda forma de mal. Quando pecamos estamos errando o alvo da Sua vontade. De fato, posicionamo-nos contrariamente a Deus e tornamo-nos seus inimigos! Portanto, “perdoa as nossas dívidas” é oração necessária e urgente, mas somente pode ser feita por lábios trêmulos e coração contrito, que reconhece o quanto tem ofendido a Deus com os seus pecados.

Por outro lado, essa oração jamais é pronunciada, pela boca de fariseus e hipócritas cuja consciência encontra-se cauterizada e, já não pode contabilizar seus próprios pecados, a não ser os pecados dos outros, que, aliás, são muitos bem contabilizados! Alguém duvida? Então prestemos atenção no seguinte texto: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ´Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho´”.
Infelizmente, nem todos podem pedir a Deus que perdoe suas dívidas, pois muitos nem possuem a consciência de que são devedores a Deus. E quem de nós não precisa ter suas dívidas perdoadas junto a Deus? Paulo é categórico: “Por que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). João assim escreveu: “Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.8-9). Um dos piores pecados do ser humano, certamente é o fato de não reconhecer a sua condição de devedor à justiça de Deus.

Sendo assim, “perdoa as nossas dívidas” é oração feita por gente esclarecida pelo Espírito Santo, pois como está escrito: “Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. O referido texto faz alusão ao ministério do Espírito Santo nesse mundo. O problema é que essa ação do Espírito pode ser resistida pelo coração impenitente (At 7.51; Hb 3.7-8). No entanto, todos quantos desejarem ser perdoados por Deus o poderão sê-lo, uma vez que Deus não abre mão da criatura devedora, pois está sempre disposto por Sua graça e amor a quitar a dívida do pecador. Aliás, segundo o apóstolo Paulo Ele já o fez “... Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Cl 2.13b-14).Diante disto, cabe a nós reconhecer o que Deus fez em nosso favor e pedirmos humilde e confiantemente “Perdoa as nossas dívidas”. Deus quer perdoar! Mas, e, nós queremos o seu perdão? Se a resposta for sim, então é necessário confissão e conversão.

6 comentários:

Adelita Olbrisch do Cabo Ferreira disse...

Olá !!

“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6.12).

Quando eu lei e reflito sobre essa passagem, considero: qual o grau de perdão que eu dou ao meu próximo? Perdão mesmo? Aquele de esquecer e tudo mais?
Se é esse o perdão que eu dou é tbm esse perdão que peço na oração: "assim como perdoamos" somos perdoados?
Não questiono o perdão de Deus, mas aquele que vem do homem e diz que quer ser perdoado "assim como" perdoa.

É isso aí
:)

Elisama de Borba Anastácio disse...

Inúmeras vezes nós caímos nas mesmas áreas e problemas que já passamos. E nos perguntamos se já aprendemos à lição.
Nós tentamos, mais é tão difícil de agir certo, e nós prometemos que nunca cometeremos novamente os mesmos erros.
É claro que Deus nos perdoará. Felizmente, nós temos um Deus que tem um coração muito amável.
Nós dizemos que nós deveríamos ter aprendido esta lição antes do tempo, mas a única razão de nós podermos continuar a fazer isto durante mil vezes é porque ele nos perdoa todas às vezes.
Se Ele não estivesse lá, pronto para nos perdoar e nos ajudar, então nós não teríamos a força para voltar para cima cada uma dessas vezes.

;D

Anônimo disse...

Amei. Este assunto deveria ser lido, todos os dias, ao acordarmos. O perdão de Deus é uma fonte transbordante. Todos os dias temos dívidas para com Deus. Eu peço perdão e digo que não farei outra vez... e não faço!(para alguns), mas, surgem outros pecados! Parece vírus, quando achamos que conseguimos combate-los e damos uma folga para nosso “alerta”, aparecem outros, totalmente desconhecidos.

Abraços,
Raquel.

Anônimo disse...

Quando alguém perdoa, certamente que ela não esquece a ofensa que perdoa, pois temos memória. Perdoar não é deletar dados negativos da memória, antes é tratar a pessoa a quem perdoamos como se ela nunca tivesse pecado contra nós. Assim, entendo o perdão. Do mesmo modo, Deus sabe de todos os nossos erros, e não esquece de nenhum deles. Ele é onisciente e não pode não saber! Assim, qdo a Escritura diz que Deus esquece os pecados, trata-se de linguagem humana (antropomorfismo) para afirmar o fato de que Deus não nos tratará conforme nossos pecados, pois ele esquece, isto é, perdoa.

Tb vale considerar que não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores. Logo, não devemos ficar desesperados diante de nossos erros, mas claro que tb não devemos ficar confortados nos mesmos. Qual a solução então? Viver na graça e amar ao Senhor, sabendo que o sangue de Seu Filho nos purifica de todo pecado. Nem comodidade nem desespero,mas confiança, esperança e movimento em direção ao Deus que ama e perdoa.

Anônimo disse...

Comentário acima de Fernando Albano

Anônimo disse...

Eu apenas não consigo entender como é que uma criatura pode ficar "devendo" ao Criador. isso é assimetria absoluta. E nem que uma "dívida" da criatura, que só existe porque foi "criada" pelo Criador, possa "ofender" o Criador.
Um Deus ofendível é bem humano, não é?
A condição de pecado como "errar o alvo" é uma chave que ajuda muito a entender melhor esse tema.
Abraços.
Luiz

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