segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Profundidade em poucas palavras #03

“A suficiência dos meus méritos está em saber que meus méritos não são suficientes.” (Agostinho)

“Deus, envia-me para qualquer lugar, desde que vás comigo. Coloca qualquer carga sobre mim, desde que me carregues, e desata todos os laços de meu coração, menos o laço que prende o meu coração ao teu.” (David Livingstone)

“Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno.” (Lutero)

“O problema não consiste em persuadir Deus a que nos encha do Espírito, mas em desejar a Deus o suficiente para permitir-Lhe que o faça.” (A.W. Tozer)

“Há duas grande razões por que não amamos o avivamento. Um, estamos satisfeitos em viver sem ele. Dois, custa muito. Não queremos que Deus desfaça nossa rotina.” (Leonard Ravenhill)

“Ser cristão significa perdoar o imperdoável, porque Deus perdoou o imperdoável em você.” (C.S. Lewis)

“A Igreja é como esterco. Se você amontoa, exala um cheiro horrível por toda a vizinhança. Mas se você espalha, então ela fertiliza o mundo inteiro.” (Luis Palau)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Um Deus ciumento...

Em minha denominação(1) é raro ouvir falar sobre o Decálogo, tanto que é difícil alguém desse meio conseguir enumera-los. Penso que no imaginário popular evangélico ele é tido como decoreba católica romana. Uma pena, pois em sua essência os Dez Mandamentos refletem a síntese da ética bíblica. Falam do “caminho para o qual Deus chamou seu povo” – “expressam aquilo que é bom e sublime para a sociedade humana de todos os tempos e lugares”.(2)
Para maiores detalhes introdutórios e informações importantes sobre o Decálogo ouça este PodCast.

Ilustração de Joachim Krause
E Deus falou todas estas palavras: "Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão. "Não terás outros deuses além de mim. [...] "Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos. Êx 20.3;5-6.

No Antigo Oriente era comum a adoração de inúmeros deuses. Tolerar divindades estrangeiras e seus cultos era algo natural. Por isso, o primeiro mandamento é inusitado. Ele pede exclusividade na confissão e isso não encontramos em nenhum outro povo, é específico de Israel. Diante desse contexto, surge no Israel primitivo a monolatria, ou seja, a adoração de um Deus (nesse caso Javé) sem que a existência de outros seja negada. Veja o episódio de Elias no monte Carmelo (1Rs 18).
Portanto, inicialmente os deuses não são negados em seu ‘ser’, e sim em seu ‘ser para’ Israel. [...] Neste sentido a existência de outros deuses não é crida, mas pressuposta. A unicidade de Deus não reside no fato de ele ser o único Deus, mas sim em sua solicitude e exigência; para aqueles que lhes pertencem e recebem a sua ajuda (Os 13.4), ele reivindica ser o único”.(3)

O fundamento do primeiro mandamento é o ciúmes de Javé. Geralmente nossas traduções preferem o termo zeloso, mas ciumento é o sentido mais aproximado da palavra hebraica ’qanna’ e que melhor se encaixa dentro desse contexto de exclusividade. Essa confissão é digna de nota, pois além do AT conferir poucos atributos a Deus, em nenhuma outra confissão na história um Deus é chamado de ciumento. (4)

Javé quer ser o único Deus de Israel. É isso que vemos ao longo do AT: Um Deus apaixonado correndo/cercando seu povo de cuidado e amor mesmo sendo rejeitado e traído. E o NT confirma: O amor de Deus gerou a cruz! Que outro Deus se esvazia de sua glória, torna-se ser humano e morre pela sua criação? Jesus Cristo é o megafone onde Deus anuncia salvação ao perdido e pecador. Na cruz temos o maior apelo para cumprirmos o primeiro mandamento. Não precisamos de outros deuses ou meios para viver, pois Deus quer ser nosso único provedor, em tudo! Deus quer ser suficiente para nós.

O primeiro mandamento nos deixa esta lição: a de não olharmos ou considerarmos outros meios de subsistência além daqueles dados por Deus; não correr para outro lugar que não seja os braços do Pai. Cumprir esse mandamento é simplesmente confiar em Deus, simples assim!

Para ampliar o assunto ouça esse outro Podcast!
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1 - AD Joinville/SC

2 - WIESE, Werner. Ética fundamental: critérios para crer e agir. São Bento do Sul: União Cristã. 2008. p. 122;138. Recomendo esse livro, pois é fruto do labor teológico de um homem temente a Deus e profundo conhecedor do Novo Testamento.
3 - SCHMIDT, Werner H. A fé no Antigo Testamento. São Leopoldo: Sinodal, 2004. p. 119.
4 - SCHMIDT, 2004. p. 128-129.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

AS PROMESSAS DE DEUS

Promessa é palavra penhorada, é o compromisso que alguém faz no sentido de realizar determinada coisa. Ainda mais: a promessa anuncia a realização de algo no futuro que ainda não existe.

Há na Bíblia centenas de promessas. Algumas são condicionadas a certos atos de obediência, outras são de caráter incondicional. As promessas estão presentes desde o Éden até a Nova Jerusalém, de Gênesis a Apocalipse, de fato elas estão presentes por toda a Bíblia.

A história do povo de Deus é marcada pela promessa do Senhor. Há muitos relatos bíblicos, de personagens que caminharam com os olhos voltados para o futuro, à espera do cumprimento das promessas. Há muitos exemplos, no entanto, mencionaremos apenas alguns a fim de corroborar a nossa afirmação. Citamos o exemplo do chamado de Abraão, “Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção” (Gn 12.2). Observamos ainda, a promessa de Deus, a encorajar os israelitas que, peregrinaram pelo deserto em direção a terra “prometida”. Ainda mais: a ideia de promessa está presente de modo notável no ofício dos profetas, que falaram a respeito do messias. Enfim, o Antigo Testamento está repleto de promessas ao povo de Deus.


Em o Novo Testamento o conceito de promessa é também grandemente destacado, todavia, a maioria das promessas de Deus é apresentada como realidades já cumpridas, como por exemplo: a vinda, morte e ressurreição de Jesus. Entretanto, muitas promessas ainda aguardam pelo seu devido cumprimento no tempo estabelecido pelo Senhor, como por exemplo, a segunda vinda de Jesus. Sendo assim, servir a Deus implica sempre em caminhar sob a expectativa do cumprimento das promessas de Deus, logo, o cristão é uma pessoa que tem esperança, isto é, expectativa otimista em relação ao futuro, pois sabe que o amanhã será surpreendido pelo cumprimento da promessa de Deus.

Mas vale lembrar que muitas promessas estão condicionadas à nossa fé, de tal modo que elas somente se cumprirão na vida daqueles que nelas crêem de todo o coração. Jesus afirmou: “Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25). Temos aqui uma gloriosa promessa: vida eterna que supera o poder da morte. Mas essa promessa está condicionada à fé em Jesus, “Aquele que crê em mim...”. Pra quem não crer, tal promessa simplesmente não se cumprirá. Portanto, temos que nos apropriar de todas as promessas de Deus pela fé, se queremos receber as bênçãos nelas incluídas.

Mas, cabe aqui uma advertência: a fé que aqui falamos não se trata de obra ou mérito humano. Essa fé consiste apenas na aceitação daquilo que Deus se propôs a fazer em nossas vidas. Ele decidiu soberanamente, inclusive decidiu que a fé seria o meio pelo qual suas bênçãos alcançariam as nossas vidas. Assim, tanto as promessas quanto à fé são consequências da bondade e misericórdia divina. Portanto, viva o hoje na perspectiva de bênçãos futuras, pois o Deus fiel não muda e nem falhará.

Por Fernando Albano

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