quinta-feira, 28 de julho de 2011


Fala moçada, mais um podcast no ar. Bibo e Mac se reúnem para falar de textos bíblicos usados fora de contexto.
Veja a agonia de um novo convertido vesgo, descubra se você pode tudo naquele que te fortalece e aprenda como ser um dizimista fiel, isso e muito mais nesse BiboTalkCast.

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Dúvida, crítica ou somente um olá: podcast@bibotalk.com

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Textos que podem ajudar:

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A cruz da Teologia da Prosperidade

Moçada, re-assistindo ao filme O Corpo achei a cruz que é pregada pela Teologia da Prosperidade, confere aí:



Com essa, fica fácil né não?

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Achou algo legal, engraçado e quer ajudar na seção Misericredo? envie email para misericredo@bibotalk.com.

Abraço!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Livros não envelhecem

Livros são maravilhosos porque nunca envelhecem. Um livro editado em 1480 é novo pra quem não leu. É incrível quando eu pego em minha estante, aquele livro que comprei há anos e o tiro de lá para conferir suas páginas. Geralmente faço isso com aqueles que só li alguns capítulos. Semana passada tirei da prateleira O Caminho do Coração do pastor Ricardo Barbosa de Souza, editado pela Encontro.

Fiquei deliciado com as proposições e citações que ele faz, fui ricamente saciado por um livro que comprei em 2004, li o primeiro capítulo e larguei, porque tive que atender outras demandas (provavelmente assistir algum filme ou seriado). Das muitas colocações do autor, quero hoje destacar essa:

Logo após o seu batismo, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Depois de quarenta dias e quarenta noites de jejum, num momento de extremo cansaço físico, emocional e espiritual, aproxima-se Satanás e lhe diz: “ Se és Filho de Deus...” Vale notar que a primeira tentação que Jesus enfrentou não foi a de transformar as pedras em pães num momento em que se encontrava faminto e fraco, mas a de colocar em dúvida a voz que viera do céu dizendo: “Este é meu Filho amado”. Não era o poder de Cristo que estava sendo questionado, mas sua filiação, sua relação com o Pai, a voz que do céu havia dito que aquele era o Filho amado de Deus. O esforço de Satanás era para quebrar o vínculo, a amizade, a submissão, a comunhão. Desde o princípio esta tem sido sua tarefa. Ele não está tão preocupado com a missão quanto com a relação. Essa é a sua estratégia. Uma vez quebrada a relação do amor e da dependência, o resto fica fácil. Pág. 145.

Lendo esse trecho, entendi melhor a passagem em que Jesus privará do paraíso muitos que disseram ter trabalhado pra Ele, feito coisas extraordinárias em seu nome, mas que no fundo, não tiveram relacionamento com o Pai.

Entendo que Deus não quer a gente trabalhe pra Ele, mas com Ele! E que na verdade, no grande dia, penso que Ele não irá perguntar o quanto trabalhamos em prol de seu reino, mas o quanto o amamos e aceitamos o seu amor.(Manning?)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

BiboTalkCast #009 Não Matarás

Muito bem moçada vamos a mais um episódio da Série As Tábuas da Lei aqui no BiboTalk. Nesse episódio eu e o Mac (siga nosso mano no twitter @Mac_Mau) exploramos o Sexto Mandamento – Não Matarás.

Nesse episódio entenda o que o Não Matarás significou para um povo que vivia em guerra. Entre nos corredores da morte e prepare-se para a guerra, ou não!


Se não quiser baixar, ouça abaixo:
 

Links prometidos ao longo do podcast:

Primeiro Episódio da Série As Tábuas da Lei, baixe aqui!
Dica de Filme: A Vida de David Gale 
Texto sobre a Trindade que pode ajudá-lo a entender melhor o BiboTalkCast Sobre Atanásio, segundo episódio da Série GIGANTES - Sobre a Trindade



Críticas, cutucadas, elogios, incentivos podcast@bibotalk.com

Divulgue nosso trabalho, passe adiante esse podcast cheio de conteúdo!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Religiões Entre Fundamentalismo E Democracia

Por Fernando Albano
A religião ocupa-se basicamente com a relação com o “sagrado”, o “transcendental, o “encantado”.[1] Este repercutiu em quase todas as organizações sociais e culturais e teve um papel fundamental para que os seres humanos se situassem no mundo, garantindo sua sobrevivência e desenvolvendo sua cultura.
Até mesmo as questões políticas eram influenciadas decisivamente pela religião, uma vez que a classe sacerdotal sempre teve grande influência sobre os reis e suseranos dos povos. Mas após o surgimento do Estado por influência dos pensadores iluministas e depois da célebre Revolução Francesa a religião fica relegada à esfera mais intimista, de modo a perder poder no que diz respeito à esfera política da vida. Enfim, o Estado distingue-se da religião no século XVII e entra num processo de secularização; surge a democracia no século XX que entre outras coisas significa: que todos podem participar de discursos; todos podem questionar qualquer afirmação; todos podem introduzir qualquer afirmação no discurso e todos podem manifestar suas pretensões, desejos e necessidades.
Contudo, a liberdade democrática e o mundo desencantado pela modernidade parecem assustar o ser humano e este se refugia nas religiões, sobretudo de caráter fundamentalista, que lhe protegem da angústia da escolha e decisões pessoais. Bauman escreveu: “[...] a racionalidade fundamentalista coloca a segurança e a certeza em primeiro lugar e condena tudo o que solapa essa certeza _ antes e acima de tudo, as extravagâncias da liberdade individual”.[2]
            O vocábulo “fundamentalismo” convém ressaltar procede dos Estados Unidos e data da segunda década no século XX; é oriundo da iniciativa de teólogos protestantes que em 1910 lançaram “The Fundamentals” para protegerem sua religião da modernidade.[3] Desde então, o termo tem sido utilizado de modo amplo, para se referir à fenômenos religiosos que, como bem destacou Rubem Alves, atribuem um “caráter último às suas próprias crenças”.[4] Convém considerar ainda que, o conceito de “razão metonímica” de Boaventura Santos aplica-se muito bem à postura do fundamentalismo frente à realidade.  Santos escreveu: “A razão metonímica é obcecada pela ideia da totalidade sob a forma da ordem. Não há compreensão nem acção que não seja referida a um todo e o todo tem absoluta primazia sobre cada uma das partes que o compõe”.[5]
O fundamentalismo obtém êxito por livrar a pessoa da necessidade de escolher entre as possíveis alternativas de entendimento do Sagrado e da realidade. Isto é, ela já possui a verdade e, por conseguinte não precisa mais examinar ou estar aberta a novas aprendizagens e possibilidades, deste modo, sente-se segura num mundo marcado pelas mudanças e inseguranças da pós-modernidade.[6]
 Assim, esta estabelecida a ameaça aos princípios democráticos, priorizando-se o autoritarismo, o dogmatismo e visão estreita da realidade.  Como detentores da verdade as religiões fundamentalistas comumente “demonizam” o outro que possui uma concepção diferente de realidade e de Transcendente. R. Alves bem observou:
O mais importante não é o que o fundamentalista diz mas como ele diz. É a atitude dogmática e autoritária com respeito ao seu sistema de pensamento, e inversamente a atitude de intolerância e inquisitorial ante qualquer tipo de “herege” ou “revisionista” que o caracteriza.[7]

 Deste modo, o autoritarismo é uma das principais características do fundamentalismo, resultando muitas vezes em estados totalitários como se pode observar em alguns países islâmicos. Outros exemplos notáveis podem ser verificados em alguns estados americanos que proibiram o ensino da teoria da evolução nas escolas, adotando unicamente o criacismo; assim como, a retórica político-religiosa de governos dos Estados Unidos. [8]
            Na América Latina e no Brasil igualmente são inúmeros os exemplos de fundamentalismos, sendo facilmente identificáveis nas fileiras protestantes que comumente fazem uma leitura da Bíblia de modo literal e, desprezam os modos de leituras de outras confissões cristãs. Bobsin observa que as religiões fundamentadas em livros sagrados como o judaísmo, cristianismo e islamismo são “solos férteis” para fundamentalismos.[9]
O fundamentalismo é exclusivista e contrário ao diálogo com o diferente. Assim, tal postura choca-se aos princípios democráticos, uma vez que não respeita as diferenças e não vê a pluralidade de interpretações do Sagrado e da realidade como diferenças de caráter complementar e não necessariamente autoexcludentes. Diante desta realidade vale recordar as palavras de Buber:
Quando, seguindo nosso caminho, encontramos um homem que, seguindo o seu caminho, vem ao nosso encontro, temos conhecimento somente da nossa parte do caminho, e não da sua, pois esta nós vivenciamos somente no encontro[10].

Por conseguinte, parece ser necessário para o fundamentalismo o reconhecimento do caráter humano da religião e de seu discurso sobre o Sagrado. É recomendável uma abertura à sua vulnerabilidade e incompletude como discurso, e o reconhecimento da autonomia de outros saberes religiosos e científicos que também visam compreender a realidade humana.[11]
            As religiões entre o fundamentalismo e a democracia têm como tarefa preservar o sagrado neste mundo secularizado, individualista, escravo do mercado, enfim pós-moderno. Diante deste quadro, o fundamentalismo parece engrossar suas fileiras a cada dia, enfraquecendo deste modo os ideais democráticos. Deste modo, percebe-se o grande desafio para as religiões, a saber: respeitar os ideais democráticos que promovem o humano; realizar a desconstrução de definições reducionistas da realidade e a reconstrução de novas maneiras de ver o mundo, sem fundamentalismos e autoritarismos.


[1] BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, [s.n.d.], p. 206.
[2] BAUMAN, [s.n.d.], p. 229.
[3] OBSIN, Oneide. Correntes religiosas e globalização. 2. ed. CEBI: São Leopoldo: PPL: Curitibanos: IEPG: São Leopoldo, 2006. p. 121.
[4] ALVES, Rubem. O enigma da religião. 6. ed. Campinas: Papirus, 2007. p. 11.
[5] SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006 (Coleção para um novo senso comum), v. 4, p. 97.
[6] Cf. BAUMAN, [s.n.d.], p. 228.
[7] ALVES, 2007. p. 11.
[8] BOBSIN, 2006. p. 116.
[9] BOBSIN, 2006. p. 107.
[10] BUBER, Martin. Eu e tu. 2. ed. São Paulo: Moraes, s. d.
[11] Cf. SANTOS, 2006, p.107.

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