segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Cruz

"A cruz continua sendo pedra de tropeço para aqueles que, como Nietzsche, adoram o poder. A cruz é tropeço para todos os que confiam no poder humano e em sua própria capacidade para se salvar. Como os judeus contemporâneos de Paulo, muitos de nós tratamos de nos amparar em nossa própria justiça. Muitas pessoas crêem que Deus está obrigado a aceita-las por suas boas obras. Quem pensa assim tem uma percepção muito pequena de Deus, ou melhor, uma exagerada percepção de si mesmos. Ao contrário, aqueles que tiveram se quer uma visão parcial da majestade de Deus não podem cair em nenhum destes erros.

Nunca ninguém pode se salvar a si mesmo e ninguém nunca o fará. Essa é a mensagem da cruz e por isso é pedra de tropeço para aqueles que têm uma exagerada percepção de seu próprio poder. Assim como a cruz é tropeço para os que confiam em sua própria moralidade, é loucura para aqueles que confiam em sua própria capacidade intelectual. A. G. Ayer, um filósofo de Oxford particularmente famoso logo depois da Segunda Guerra Mundial, escreveu um livro intitulado Linguagem, verdade, e lógica. Assim se referiu com sarcasmo ao cristianismo: De todas as religiões históricas, há muito boas razões para considerar ao cristianismo como a pior, porque descansa em duas doutrinas. A primeira é o pecado original, e a segunda, a expiação vicária de Cristo. Ambas são intelectualmente inconcebíveis e moralmente absurdas. Esta é a perspectiva do mundo sobre a cruz. Ao contrário, para aqueles que Deus chamou, a cruz não é fraqueza senão poder. Não é loucura, senão sabedoria. A cruz é o poder de Deus porque por meio dela Deus fez possível a salvação dos pecadores. Ele nos reconcilia consigo mesmo, nos livra da culpa de Seu justo juízo sobre nossos pecados. Ele no liberta da escravidão de nosso egocentrismo e nos põem nos elevados caminhos da santidade.
Tudo isso é possível só por meio da cruz. A cruz é também sabedoria de Deus, porque por meio dela Deus não só resolve nosso problema senão também, por assim dizer, Seu próprio dilema. Como poderia Deus expressar sua justiça e condenar aos pecadores sem frustrar desta maneira Seu amor por eles? Como poderia expressar Seu amor e perdoar aos pecadores, sem pôr em dúvida Sua justiça? Em outras palavras, como poderia ser, ao mesmo tempo, um Deus justo e salvador? A resposta de Deus foi a cruz. Ali, em Seu Filho, tomou nosso lugar, levou nossos pecados e morreu nossa morte."
John Stott

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostaria de amanhecer, todos os dias, tropeçando na cruz de cristo para me fazer lembrar que é o sacrifício Dele que me faz viver em constante libertação.
Talvez... os católicos tenham razão em fazer o sinal da cruz , se isto relembrar em sua consciência o que realmente aconteceu.
Abraços
Raquel

Rodrigo de Aquino disse...

Olá Raquel,

realmente, como seria diferente se amanhecessemos com esse espírito de gratidão.

abracos

rodrigo

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