terça-feira, 27 de julho de 2010

Cristianismo e simbolismo

Por Fernando Albano

No cristianismo o símbolo mais conhecido é o crucifixo: símbolo da morte de Jesus Cristo em favor dos pecadores. Um bom exemplo da importância dos símbolos na religião, especialmente na cristandade é o catolicismo romano, cuja linguagem simbólica é bastante forte. Isto pode ser confirmado mediante o sacrário, vestes litúrgicas, velas, imagens de santos, arquitetura das igrejas, entre outros. No protestantismo histórico e pentecostalismo também há símbolos, todavia, de modo bem restrito. Muitas igrejas não possuem sequer o símbolo da cruz. Isto se deve a uma postura anti-católica presente no protestantismo. No afã de se afastar dos elementos católicos romanos muitos símbolos cristãos foram eliminados do seio protestante. Isto ocorreu já nos primórdios da Reforma.
Os protestantes e evangélicos, de um modo geral, tem fortes receios quanto à utilização de símbolos, pelo fato de muitos deles terem se tornado instrumento de idolatria, especialmente na Idade Média. Ou seja, tornaram-se importantes em si mesmos, principalmente para a fé popular, e, assim se corrompeu o símbolo que, deixou de apontar para algo ou alguma realidade fora dele mesmo. Todo símbolo que ganha valor em si mesmo torna-se objeto de idolatria.

Os símbolos cristãos desvendam algo da realidade; mas, em si mesmo, não são essa realidade. Nisto os protestantes, evangélicos têm muita razão. Contudo, não se pode negar que o ser humano é um ser que anseia pelo simbólico. Dreher afirma: “É na linguagem simbólica que se expressa a experiência do espiritual”. Na verdade não há relação “pura” com Deus que não seja mediada por elementos concretos, pois apesar de nossa natureza espiritual, somos também materiais.

Devido a esta postura iconoclasta, se incorreu numa pobreza litúrgica e simbólica no segmento protestante. O homem encontra-se no vazio do espaço litúrgico, deste modo, deve olhar para dentro de si. Estabelece-se uma relação com seu interior. Nesta perspectiva: Deus está dentro da gente e basta prestar atenção em nosso coração.

8 comentários:

Memórias das Assembleias de Deus disse...

Venho nesse espaço parabenizar a excelência desse artigo, escrito pelo meu grande amigo Fernando. É bom sempre acompanhar bons textos sobre aspectos polêmicos do cristianismo. Um grande abraço!

Sapão - André Luís Oliveira disse...

É de citar também a influência do neopentecostalismo sobre o simbolismo, pois essa linha usa muitas passagens do AT para justificar o uso de símbolos e trazer pessoas para a igreja

Willian disse...

Também não vejo problemas em utilização de símbolos como parte de elementos de identificação e não de idolatria, afinal tornam mais visual o que é mencionado, despertam melhor a lembrança.

Anderson disse...

Enquanto alguns focam seus olhares a símbolos, e/ou discutem simbologias, ou qualquer outra forma de personificação de conceitos espirituais criados pelos homens,"que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé", outros estão pregando a mensagem viva e verdadeira do evangelho. Em qual posição estamos? É de se pensar...afinal, se convém pensar um pouco.."tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". Flp 4:8.

GILSON | Missão disse...

meu blog

http://acanetadepena.blogspot.com/

Anônimo disse...

Obrigado, bom trabalho! Este foi o material que eu tinha que ter.

Anônimo disse...

Realmente blog informativo aqui meu amigo. Eu só queria comentar e dizer que manter a qualidade do trabalho. Eu tenho bookmarked seu blog só agora e eu vou voltar para ler mais no futuro, meu amigo! Ainda bem escolhidas cores sobre o tema que vai bem com o blog na minha modesta opinião:)

Anônimo disse...

Ótimo post. Não posso esperar para ler as próximas:)

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