terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Livro de Eli


Ontem, 9 de agosto de 2010, assisti ao filme O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010), e gostei muito do que vi. O filme levou-me a refletir em questões importantes a respeito de um tal livro sagrado e seu papel na história da humanidade.

Na película acompanhamos Eli (Denzel Washington), uma homem que a 30 invernos caminha em direção ao Oeste carregando e protegendo um livro. O filme não entra em detalhes sobre o que aconteceu com a terra que está diante dos nossos olhos. O que vemos é um mundo pós-apocalíptico, destruído por uma guerra. Um mundo sem regras e sem lei. Eli viaja com o livro porque ouviu uma voz, que o orientou a rumar para onde o sol se põe. Eli é da paz, mas ai de quem se meter em seu caminho. E para gerar um pouco de boas cenas ação, alguns se metem. O vilão dessa história é Carnegie (Gary Oldman), o chefe de um vilarejo bem interessante, que há tempos caça um livro, que segundo a sua crença, possui palavras poderosas, que podem torná-lo um grande líder e dominador. Bem, não é difícil imaginar que o livro que o bandido quer é o livro que o mocinho tem.

O filme é bom, tem um final decente e você não fica com aquela sensação: Perdi 2 horas da minha vida. Vale a pena reunir a turma da igreja ou os amigos e curtir O Livro de Eli.

Abaixo, compartilho umas reflexões.
'
'

SPOILER A FRENTE
'
'
'

Não quero discutir se Eli era cego ou não, se era, caramba, o cara tinha uma mira fora do sério, o que pode ser fato, visto ele ser uma espécie de messias, pois carrega a palavra da salvação. Sem contar que sobrevive a um tiro a queima roupa, então era possível ser cego e fazer tudo aquilo, ou não.

O que me chamou a atenção é que nesse futuro caótico quase todas as Bíblias foram destruídas exceto a que Eli carrega e protege. Não sabemos se a Bíblia foi a causa dessa grande guerra, só sabemos que ela foi destruída porque suas palavras são poderosas e nela consta preciosas orientações para humanidade.

Destruir a Bíblia foi um meio de privar o povo do conhecimento da verdade. Verdade essa que pode ser usada com motivações erradas. O vilão do filme queria usá-la para legitimar a opressão sobre outros povos, tipo o Bush, ta lembrado?

É interessante perceber que essa história de ocultar a Bíblia do povo não é nova na história, aconteceu na Idade Média e está acontecendo em nossos dias. Só que vivemos o contrário do que é apresentado no filme. Hoje temos centenas de traduções, versões, modalidades, Bíblia da mulher que ora, da que não ora, de Genebra, de gengibre, etc. E mesmo com tudo isso, vive-se uma obscuridade bíblica incrível. A palavra de Deus está tão marginalizada em nossos cultos e vivência comunitária que parece não sentirmos falta dela. A substituímos por longos períodos de louvor, apelação para extorsão de ofertas e dízimos, políticos, esoterismos, etc, nesses momentos ela é até citada, porém, só serve para legitimar tais práticas, por isso, os textos citados ficam completamente fora do contexto, gerando o pretexto para tal atitude. Uma lástima!

Não preciso ficar falando da importância da Bíblia na vida da igreja. Só posso lembra-los que:
- pessoas perderam a própria vida protegendo-a;
- foi a maneira que Deus escolheu para preservar suas orientações;
- a genuína fé só vem por meio dela;
- vida cristã sem espiritualidade embasada na palavra não passa de fogo de palha;
- sem conhece-la, você engole qualquer baboseira que alguém diga e acha que aprendeu algo bíblico.

Enfim, vamos voltar um pouco mais nossa atenção para as Escrituras!

PS – o filme permite outros olhares, como por exemplo o compromisso que Eli tinha em proteger essa palavra e como a conhecia, tanto que a recitou toda no final do filme. Que tal você compartilhar sua impressão? Fique a vontade, os comentários são todos seus!

4 comentários:

Anderson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anderson disse...

Concordo com suas colações a respeito da Bíblia. Milhares de pessoas possuem diversas delas em suas casas; Tem a azul, a vermelha, roxinha e rosinha...o que falta é a fome de devorar cada texto que nela esta contido, e que com muito esforço, dedicação, e sangue, permanece até os dias de hoje. Um livro de um pastor, que passou anos na cadeia comunista, relata como os irmãos carregavam página por página escondida, e outros decoravam a palavra para poder escrever a outros, sem serem percebidos...como é importante este livro! Que as igrejas incentivem incansavelmente os jovens a lerem, afinal: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;" (João 5 : 39)

20 de agosto

Marcos Tedesco disse...

Olá Bibo, abraço meu caro. Estamos no aguardo de mais um dos frutos do Ócio Teológico, e com a mesma sinceridade e objetividade do Rascunhos da Alma. Então, falando nisso, quando sai o próximo livro? Parabéns.

Blog Cristão Peregrina disse...

Li seu comentário sobre o filme e fui conferir.Realmente interessante e concordo com suas palavras a respeito do filme.Também passou um 'filminho' na minha limitada existência.
Só pra acrescentar nas suas palavras ,acho que o mundo caótico levou as pessoas a se rebelarem totalmente contra Deus,por isso a queima das Biblias,como num ato de protesto e rebeldia.Também penso que o 'Eli" do filme procurava somente cumprir o que lhe foi pedido e proteger o livro,mas bem perto da nossa realidade, a intenção de Deus era bem maior ,o que ficou claro até para Eli no final do filme,que era levar a Palavra a todas as pessoas.E maravilhosamente sutil foi a busca do lado oposto, que tinha consciência da importãncia e do poder das palavras contidas na Biblia,mas que seu único interesse era coloca-las ao seu próprio favor em busca de glória pessoas e poder,o que para nós hoje parece bem atual,perto do que vimos em cima dos púlpitos.Legal!Apareça no meu Blog no seu tempo de ócio...abraço!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...