quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Rascunho de um pensamento...


Depois de assistir os filmes: Batman - O Cavaleiro das Trevas, Onde os Fracos Não Tem Vez e ler os artigos de Arnaldo Jabor e Ricardo Gondim, que comentam os filmes respectivamente, me flagrei pensando novamente na questão do mal. O assunto que permeia tanto os filmes como os artigos é questão do mal como característica inerente ao ser humano e o esforço de alguns em tentar refreá-lo.
O novo filme do Batman[3], nos apresenta um sujeito que diz: “eu sou um agente do caos”. Nas palavras de Arnaldo Jabor:

O Coringa Heath nos apavora e nos atrai, e não conseguimos odiá-lo completamente porque ele é extremamente contemporâneo. É como se ele dissesse: “Nenhum saber, nem ética, nada vai apagar o animal feroz que nos habita. Eu sou uma vanguarda”. Ele diz no filme para um perplexo Batman: “Eu não quero te matar; você me completa”. E completa: “Não sou um monstro; estou além da curva...”. Heath Ledger é apavorante porque não tem motivo claro para agir. Sua única regra é mostrar o absurdo de querer impor ordem no caos. Ele encarna os impulsos destrutivos humanos inexplicáveis. Como Hannibal.[4]

E no ganhador do Oscar de 2008, Onde os Fracos Não Tem Vez (No country for old men), acompanhamos o matador Anton Chigurh, interpretado pelo espanhol Javier Bardem, vencer o cansaço e o desânimo de um xerife velho, que não consegue entender e refrear o mal ao seu redor, um velho que parece não achar um lugar seguro para viver. Nesse filme o mal vence no final, não existem super-heróis, como diz o comentarista de cinema Marcelo Hessel: “Onde os Fracos não Têm Vez é a desconstrução niilista do herói mítico porque hoje a civilização perdeu, os heróis perderam, o ambiente venceu.” Parece inadmissível essa afirmação de Hessel, mas é a pura verdade, o ambiente venceu. Somos frutos do meio, já nascemos coagidos para nos tornarmos o que somos. Será? Não sei...

Tudo isso gera a reflexão: qual a origem do mal? Todos nós somos mal por natureza? Temos o potencial de sermos Coringas, Chigurh`s? Como alguns tornam-se pessoas como Gandhi outras como Hitler? Não sei...

Continua....
___________

[3] Que é mais que do que um filme de super-héroi, é realmente uma reflexão sobre a sociedade atual.
[4] Hannibal aparentemente tinha um motivo, ainda que não justifique-o, para cometer as barbáries que cometeu. O motivo é narrado em Hannibal: a origem do mal. Já o Coringa, realmente, não tinha planos e motivos, seu objetivo era mostrar a maldade que habita em nós.

29 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Rodrigo!

Com o pouco conhecimento teológico que possuo, arrisco dizer que o mal era algo que já estava suspenso no Céu, com Deus e os anjos.
O mal eu vejo assim: é como uma mulher que está de regime e se nega a comer uma boa fatia de bolo coberta de creme de chantili, mas, sem motivo algum, ou só por vontade ela prova o pedaço de bolo. Mas o pedaço de bolo já existia (mal) antes da mulher prová-lo (o anjo caído).
Com a queda do primeiro anjo, o mal foi algo mais "acessível".

Então poderemos ter pessoas boas como Abel e pessoas vingativas como Caim, porque depois de experimentar mal, ele (o primeiro anjo) quis que outros começem desse pedaço de bolo também, e nós o chamamos de pecado. Para mim, pecado e mal são coisas distintas, apesar de não conseguir evoluir muito sobre esse assunto.

Voltando a Caim e Abel; Gandhi e Hitler não parecem tão estranhos quando vemos na ótica que dois irmãos, que ofertavam para o mesmo Deus, puderem ter atitudes tão distintas.
Existe uma história sobre dois cachorros: um violento e outro pacífico. Aquele que vc alimentar melhor crescerá mais forte.

Ser Gandhi ou Hitler é nossa escolha. Quando optamos por coisas que nos afastam de Deus, estamos automaticamente indo em direção ao que é mal. Alimentamos isso em nós.

Não quero responder as perguntas que fez e fechá-las, são apenas especulações que fiz baseado no que vc escreveu. E com certeza minhas idéias têm muito a evoluir e transformar, e é pela graça de Deus que pretendo seguir.

É isso.
Abraços.
Adelita.

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Rodrigo!

Depravação total! O homem possui a natureza má. Não digo obras, mas caráter. Eu posso fazer boas obras, porém, meu caráter será sempre ruim. Minha mente pensará sempre maldade, meus lábios sempre irão proferir maldades, meus pés sempre correrão para a maldade. Por mais que minhas obras sejam boas.

Na verdade, as ações (obras) maldosas, como a de Caim, nada são que a materialização de seu caráter mau, destituído da glória de Deus e pecador. E as obras boas, nada mais são que a graça de Deus sobre as nossas vidas. A nossa natureza, ou caráter é como Paulo mencionou: "Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios,a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz" (Rm 3: 10-17).

No capítulo 7 de Romanos, Paulo trava uma luta consigo mesmo ao ponto de gritar: "Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?". Paulo estava guerreando com sua natureza pecadora, com sua natureza ruim, má (Rm. 7: 15-24).

Eu creio que o homem é mau em sua natureza. Apenas a graça de Deus para salvar-nos. Tanto no presente, na sociedade onde vivemos, como no futuro, quando irmos para céu.

Abraços!
Vitor Hugo

Rodrigo de Aquino disse...

Olá Adelita,

sobre o seu conceito da origem do mal, tive a impressão que o mal é uma realidade a par de Deus e sua criação, uma realidade que estava presente antes da criação, uma realidade ao lado de Deus. caso não seja essa sua intenção, me pergunto então: Deus criou a possibilidade do mal? ele quem deixou o mal suspenso no Céu? é uma séria questão.

Vitor,

e a origem desse mal, será que a origem do mal está na realidade antropológica? será que o mal teve sua origem na queda?

obrigado por participarem

rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Rodrigo!

Na esféra antropológica o mal teve sua origem na queda. Nós passamos a conviver com o mau através da queda. Agora em uma esféra metafísica.......não saberia lhe responder Rodrigo!

O que você teria a dizer?

hehe

Rodrigo de Aquino disse...

Vitor,

estou lendo alguns autores buscando alguma compreensão, nada definitivo por enquanto, semana que vem vou continuar o assunto, mas creio ser esse o caminho, o mal como tendo início na queda....

até lá

rodrigo

Anônimo disse...

Oi, Rodrigo!

Lendo um texto de Norman Geisler, achei algo que pudesse ser suporte para o que eu disse no post anterior. Antes, quero declarar que não acredito na possibilidade do dualismo.
Conforme Agostinho e Tomás de Aquino (parente seu hehe), em Geisler, eles dizem que "Deus é bom, e ele criou criaturas com o poder bom, chamado livre arbítrio. Infelizmente, elas usaram esse poder bom para trazer o mal para dentro do universo, por meio da rebelião contra o seu Criador. Assim, o mal surgiu a partir do bem, não diretamente, mas indiretamente, por meio de um poder bom chamado liberdade. A liberdade em si mesma não é má. É bom ser livre. Mas, com a liberdade vem a possibilidade do mal. Assim, Deus é responsável por fazer o mal possível, mas as criaturas livres são responsáveis por fazer o mal real".

É isso.
Abraços.
Adelita.

Rodrigo de Aquino disse...

Adelita,

esse é o ponto, acredito eu, o mal surge com a liberdade humana...

essa semana vamos falar um pouco sobre isso

paz

rodrigo

Mario Gonçalves disse...

Gostei do post da Adelita. Uma possibilidade interessantíssima!

Não foram poucas vezes que ouvi que: o diabo tem inveja de nós! Pq ele saiu de lá (céu)e nós vamos pra lá.

Agora, com Satanás saindo do papel principal de agente do mal, qual a sua participação na história da humanidade?

Nessa concepção(post da Adelita)ñ precisamos de Satanás para espalhar a maldade no mundo.

Teríamos que fazer uma releitura de passagens de Paulo como em Efésios que fala de dardos inflamados do inimigo.

Que inimigo, nós mesmos?

Nosso livre-arbítrio?

Nem precisamos dele para irmos pro Inferno. Se é que existe inferno na maneira que é concebido pela maioria dos pentecostais!

Rodrigo de Aquino disse...

nossa abordagem é totalmente antropológica, e estou escrevendo a segunda parte e ficarei nessa esfera.

satanás? lúcifer? diabo? bem, não nego a ação dele, mas creio que ele só se aproveita dessa nossa condição e com certeza ele não é o autor do mal....

rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

O próprio homem pode causar o mal por si próprio. Na verdade, dentro de nossas igrejas existem três tipos de ações: Do Espírito, do diabo, e do próprio homem.

O nosso livre arbítrio nos leva a praticar o mal por si próprios. Como escreveu Etienne Gilson: "Sem o livre-arbítrio não haveria problemas". Creio que quando nossas obras forem julgadas, serão justamente julgadas pelo livre arbítrio. Seria muito fácil, caso não fôssemos culpados do mau, colocar a culpa no diabo. Com certeza, eu seria o primeiro a apontar o dedo na cara do diabo e dizer para Deus: A culpa é toda dele!

Acho interessante um dos pensamento de Tomás de Aquino que podem levar o homem a Deus, ou o que ele chamou de, as vias que levam o homem a Deus. Baseado em Aristólteles, ele argumenta que todo movimento é gerado por outro movimento. Nada do que se movimenta, movimentasse por si próprio. Ou seja, um motor é movimentado pela energia; a energia é gerada pela água, vento, ou química nuclear, e assim vai. Para Aristóteles os meios que geram o movimento não possuem fim. Já no pensamento tomista, este movimento possui um fim (começo) em Deus.

Se formos levar em consideração este pensamento, logo pensaremos como Lutero mencionou, outra hora já citado pelo Rodrigo: "melhor é ser montado por Deus do que pelo diabo". Ou seja, ou Deus nos movimenta, ou o diabo.

Imaginemos nós como cavalos (rsrs). Podemos negar que Deus calvague sobre nós, e mesmo assim praticarmos o bem (o cenceito tomista aristotélico de movimento não entra aqui). Isto porque o próprio Deus nos forneceu a capacidade (graça comum) de distinguirmos entre o bem e o mal, e agirmos por si. Lembrando é claro que, que por mais que eu tenha a capacidade de fazer o bem, não serei salvo sem Cristo (Ef. 2:9). Mas o fato do homem mesmo sem Deus optar pelo bem, existe. E é ai que entra a graça comum de Deus. Já imaginou um mundo onde o homem vivesse sem a noção do bem?

Por outro lado também podemos negar que o diabo cavalgue sobre nós. E mesmo assim praticarmos o mal. Isto porque possuimos a natureza corrompida e caída, e ainda, possuímos o livra arbítrio, este que nos abre a porta da maldade. Eu estou ali comendo capim, e de repente corro ao encontro do diabo que estava debaixo de uma árvore palitando os dentes e digo: Vamos passear! Mesmo sabendo por quais caminhos ele me levará. Do lado do diabo estava Deus, lendo um livro esperando que eu o convidasse a passear. E olha que eu sabia que os caminhos de Deus eram melhores.

Não podemos negar que o diabo nos tenta, até porque, o próprio Deus faz conhecido seus caminhos a nós, nos levando a conhecê-lo também. Cada um vende o seu peixe, o diabo e Deus. Claro que o diabo sempre estará com o preço em liquidação (rsrsrs), o que servia como tentação. Quem vai decidir é o comprador.

Agora, caso não optasse nem por Deus, nem mesmo pelo diabo para passear, eu seguiria sozinho meus caminhos. Aqui, posso movimentar-se por si próprio. Possuo inteligência, e capacidade motora para escolher meus próprios caminhos. Seja praticando o bem (sem Deus), ou o mal (sem o diabo).

Etâ papo bão sinhô!

Desculpes ocupar muito espaço...

Um abaraço!
Vitor Hugo

Anônimo disse...

Oi, Vitor!

Li seu post inteiro (hehe) mas o que mais me interessou foi o final:

"Agora, caso não optasse nem por Deus, nem mesmo pelo diabo para passear, eu seguiria sozinho meus caminhos. Aqui, posso movimentar-se por si próprio. Possuo inteligência, e capacidade motora para escolher meus próprios caminhos. Seja praticando o bem (sem Deus), ou o mal (sem o diabo)".

Você acha que podemos não ter escolha? Somos livres para escolher entre Deus ou o diabo. Somos livres mesmo?

Abraços.
Adelita.

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Adelita!

Obrigado pela paciência em ler todo o post! (rsrsrsrs).

Isto mesmo!

Um exemplo bem simples:
Tenho uma proposta de troca de emprego, e devo decidir. Oro a Deus para obter uma resposta, e Deus responde que não devo trocar de emprego. Porém, desobedeço a Ele e efetuo a troca. Os mais pentecostais diriam que foi o diabo culpado. Entretanto, foi a minha própria decisão, e não do diabo. Eu optei em desobedecer a Deus (e isto o homem faz todo tempo!).

Obviamente que o diabo em muitos casos pode influenciar minha decisões, porém, a responsabilidade sempre será minha, pois fora eu que optei pelo devido caminho. Deixe eu romantizar biblicamente o assunto. Salomão escreveu: "O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR" (Pv. 16:1). Ou seja, eu posso fazer meus próprios caminhos, sem a influência alguma de Deus ou do diabo. Salomão aconselha perguntarmos a Deus acerca deste caminho, porém, cabe a nós decidirmos. Ou seguimos a voz de Deus, ou a minha própria (sem contar o diabo!). O apóstolo Paulo em I Corintios 3:3 escreve: "Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?". Veja "andais segundo homens". Existem caminhos do próprio homem. O ciúmes existe em nossa carne (Sarx) desde a queda, e podemos sem a influênciado sermos ciumentos. Como já falei, é claro que o diabo também INFLUENCIAR nesta área. Porém é algo que existe conosco. A lista dos frutos da carne em Gálatas 5 demosntra o que guarda o nosso Adão de cada dia.

Esta é minha visão!

Vitor Hugo

Acredito que sempre haverá o mover de Deus, do diabo, ou do homem. O problema é obter discernimento para saber qual deles está nos influênciando. Lembre-se que existe o velho Adão em nossas vidas, clamando por liberdade!

Esta é a minha visão!

Rodrigo de Aquino disse...

Vitor, eu li tudo tbm...

Em seu comentário você outorga total liberdade ao ser humano, um ser livre, totalmente independente em sua escolha!

será que essa liberdade não é apenas paradisíaca? será que somente Adão pré-queda tinha essa condição? será que depois da queda a melhor maneira de se referir ao estado humano nao seria servo-arbítrio?

rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Rodrigo!

“Em seu comentário você outorga total liberdade ao ser humano, um ser livre, totalmente independente em sua escolha!”

Este é o livre arbítrio. Porém, não posso esquecer de ressaltar e frisar veemente, que Deus pode interferir em nossas atitudes e escolhas a qualquer momento. Somos livres para agir, mas a nossa liberdade pode esbarrar a qualquer momento na soberania divina. Posso optar pelos meus caminhos, ou pelos caminhos do diabo, entretanto, nada impedi Deus de agir e interferir nesta minha jornada. Aos discípulos Cristo disse “não foste vós que escolhestes a mim”. Não posso utilizar deste texto para concretizar um dogma, porém, não posso ignorá-lo a tal ponto de desprezar a pré-determinação de Deus sobre algumas vidas.

“Será que essa liberdade não é apenas paradisíaca?”

Tudo dependerá da visão do objeto desta liberdade. Para mim, a liberdade outorgado por Deus aos homens é a demonstração de seu elevado respeito as nossas decisões. Porém, o limite de Deus a nossa liberdade, é a demonstração de seu grande amor pelas nossas vidas. Na verdade, o homem é quem cria uma liberdade paradisíaca, pois o mesmo ignora a Deus. Ignorando Deus, este indivíduo perde a noção de liberdade, entendendo-a como libertinagem. E quando o homem confunde liberdade com libertinagem, a sua atitude concernente ao limite de Deus é única: “Nós não somos verdadeiramente livres!”.

“Será que somente Adão pré-queda tinha essa condição?”

Absolutamente não! O livre arbítrio fora algo criado com o homem, faz parte de sua natureza. Depois da queda, este livre arbítrio passou a não buscar mais o bem. Ou seja, o livre arbítrio por si próprio não pode buscar o bem. Veja novamente o que disse Etienne Gilson, citado na introdução do livro livre arbítrio de Agostinho: “Duas condições são exigidas para fazer o bem: um dom de Deus que é a graça e o livre-arbítrio. Sem o livre-arbítrio não haveria problemas; sem a graça, o livre-arbítrio (após o pecado original) não quereria o bem ou, se o quisesse, não conseguiria realizá-lo”.
Isto demosntra que sempre existiu o livre arbítrio, mesmo antes da queda, porém, o mesmo conseguia por si próprio buscar o bem, buscar a Deus. Após a queda, a perfeição do livre arbítrio se quebrou.

“Será que depois da queda a melhor maneira de se referir ao estado humano não seria servo-arbítrio?”

Em partes sim, pois não podemos esquecer da soberania de Deus sobre tudo existente.

São visões que possuo, não sei qual seria a de vocês!

Um abraço!

Vitor Hugo

Rodrigo de Aquino disse...

Vitor,

“Somos livres para agir, mas a nossa liberdade pode esbarrar a qualquer momento na soberania divina (...)
nada impedi Deus de agir e interferir nesta minha jornada (...)
Depois da queda, este livre arbítrio passou a não buscar mais o bem. Ou seja, o livre arbítrio por si próprio não pode buscar o bem”

Olhando suas colocações, percebo que aquilo que vc chama de “livre” arbítrio, eu chamo (não eu, mas Lutero) de servo arbítrio! Sempre sou condicionado, sempre sou reação, e nunca ação! Penso que minha “liberdade” é sempre subjugada. Quando penso que estou decidindo alguma coisa, na verdade não percebo que estou num esquema pré-determinado. Se como foi afirmado, que não posso fazer o bem sozinho, que por si próprio o homem não pode buscar o bem, é sinal que ele é insuficiente, e nessa condição não pode ser chamado de livre, mas de: servo de outro.

a temática não se esgota

rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Rodrigo.

No pensamento de Lutero, ou nós somos objetos da ação de Deus ou do diado? É Isto?

O homem na verdade, é uma espécie de fantoche? Digo isto em todas as suas ações?

Creio que algumas de minhas atitudes são guiadas por Deus, mesmo sem eu saber. Na verdade somos servos livres. Ou seja, possuo a liberdade de agir, porém, o meu senhor sempre será soberano sobre a minha vida. Em qualquer momento, sabendo ou não sabendo, ele poderá limitar esta minha liberdade.

O bem que pratico mesmo não conhecendo Deus, nada é mais que a graça de Deus derramada sobre todos. Isto explica o porque do homem ímpio produzir boas obras. Imaginemos um mundo onde somente os cristãos fossem portadores das boas obras! Com certeza, há uma ação de Deus sobre todos os habitantes da terra, mas sinceramente, estive pensando no que você comentou sobre Agostinho a mim. Estou começando a crer que o homem já nasce com esta predisposição para o bem. Demosntrando que a graça de Deus está impregnada em todos, desde o nascimento. Porém, o meu livre arbítrio (que é a causa do mau). O livre arbítrio é a causa do mau, portanto, ele sozinho depois da queda não poderia buscar a Deus, ou o bem. Então, Deus derrama sobre todos a Sua graça, para que todos possam chegar ao seu conhecimento! Todos sem excessão.

Vitor Hugo

Anônimo disse...

Boa tarde, senhores postadores !

Eu estava viajando pela net e encontrei um texto, no site www.monergismo.com, e achei interessante colocá-lo aqui!

Abraços.
Adelita.

A Falsa Religião do Adepto da Teoria do Livre-Arbítrio
1) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem NÃO é totalmente depravado e que ele possui plena capacidade para ir a Cristo ao usar seu livre-arbítrio, e que Deus aceitará essa pessoa por causa do exercício dessas habilidades. Note: Dizer que o homem NÃO é totalmente depravado significa afirmar que ele possui certa justiça própria digna de merecer algo da parte de Deus.
2) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Deus o escolhe baseado na observação futura do uso do livre-arbítrio — caso o homem escolha crer —, portanto , Deus elege um homem para a salvação sob a condição de que o livre-arbítrio previsto dessa pessoa escolha a Deus. Note: Dizer que a eleição é condicionada de alguma forma pelo homem é promover a salvação pelas obras, que é uma coisa má e autojustificadora.
3) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Cristo morreu universalmente por toda humanidade, sem exceção, e que depende do livre-arbítrio do homem tornar a morte de Cristo eficaz. Note: Dizer que a morte de Cristo NÃO é o diferencial entre céu e inferno é competir com o estabelecimento e a obra da justiça que Cristo obteve mediante sua vida e morte .
4) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem pode resistir à vontade de Deus a qualquer hora mediante vontade própria. Note: Dizer que o pecador pode resistir ao chamado eficaz, interno e atrativo do Espírito Santo de Deus — o mesmo poder que levantou Cristo dos mortos — é dizer que o homem possui mais poder que o próprio Deus .
5) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê ser capaz, mediante seu livre-arbítrio, voltar as costas para Deus e, como resultado disso, perder a salvação. Note: O problema com o adepto da teoria do “livre-arbítrio” é que, antes de tudo, ele não entende como a pessoa é salva, muito menos o tópico da preservação ou perseverança. Ele imagina ser alvo da salvação condicional, orientada por obras do princípio ao fim.

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Adelita!

O site monergismo é administrado por Felipe Sabino, um hiper-calvinista exclusivista. Para ele, os pentecostais não podem ser considerados irmãos em Cristo. Procure no site textos que falem do pentecostalismo. Em alguns casos, eles até mencionam que os dons manifestos no pentecostalismo se trata de demônios. É um site muito bom, porém, devemos ter cuidado com alguns estudos.

Os calvinistas (não a maioria) não entendem muito bem o caso do livre arbítrio. E não entendendo, falam muitas besteiras.

1. O livre arbítrio nunca limitou a soberania de Deus sobre os homens. Ao meu ponto de vista, é ignorância acreditar que o homem pode limitar o agir de Deus.

2. Creio que o homem é totalmente depravado, e que seria impossível do mesmo conhecer a Deus. Porém, a graça de Deus fora derramada sobre todos, para aque através da mesma, o homem pudesse chegar ao conhecimento de Deus. O homem é depravado? Sim! Porém, Deus se auto revelou ao homemde várias maneiras: revelação geral e especial; isto é graça (favor imerecido ao depravado homem).

3. Alegar que o aceitar a Jesus como Salvador é salvação por obras, na minha opinião, é mais uma vez ignorância. Qualquer cristão bem informada saberá muito bem que Cristo é o autor e consumador da nossa fé (Hb. 12:2)(isto também é graça! A fé é um favor imerecido aos homens dado por Deus).

Por isto admiro John Piper, Augusto Nicodemus. Pois, todos este são excelentes calvinistas, e ponderam muito bem a teologia calvinsta. É uma pena que exista os extremistas dentro de uma teolgia tão admirável.

Vitor Hugo

Ps. O comentário anterior foi removido por mim, devido aos erros de português.

Rodrigo de Aquino disse...

"No pensamento de Lutero, ou nós somos objetos da ação de Deus ou do diado? É Isto?"

sim, por isso SERVO arbítrio, nunca livre!

acredito que em Cristo somos livres, mas essa liberdade não significa que posso escolher a salvação ou a Deus, antes, que sou livre da condenação do pecado. agora sou montado por Deus...sou escravo dele.

é bom frisar o que Lutero distinguia entre superior e inferior. nas coisas superiores (salvação) eu nada faço, é graça, nas inferiores (onde trabalharei, com quem me casarei) eu escolho e decido.

achar q temos graça dentro de nós (graça infusa) é de certa forma negar a depravação total Vitor, as duas não podem estar no mesma esquema teológico na minha opinião.

estou escrevendo a parte, mas devido a estréia do programa de rádio, estou mais lento.

paz
rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Rodrigo!

"achar q temos graça dentro de nós (graça infusa) é de certa forma negar a depravação total Vitor, as duas não podem estar no mesma esquema teológico na minha opinião"

Quando menciono depravação total, estou me referindo a salvação, ao esquema soteriológico. Ou seja, o homem é totalmente depravada para salvar-se. Ele não tem poder algum, ou condição alguma de chegar a salvação por si próprio. Portanto, o mesmo é totalmente dependente da graça salvífica de Cristo para a sua salvação.

Na minha opinião. A depravação total não tange o campo das boas obras que o homem pode produzir sem ter aceitado a Cristo (Soteriologia). Procuro sempre separa, a graça salfívica, da graça comum. Por isto penso que a depravação total limita-se somente ao estado salvação (dependente da aceitação a Cristo). E a graça comum, ao estado de boas obras (Independente de aceitar a Cristo).

Bato sempre nesta tecla: Imaginemos um mundo onde somente homens totalmente depravados (Salvação, e boas obras) habitassem?

Não restaria nada!

Creio que Deus derramou sobre todos a sua graça (graça comum) que produz boas obras. Interessante o que Agostinho menciona em seu livro, A predestinação dos santos, a respeito da graça:

"E assim, mostrando o valor desta graça que não é concedida de acordo com os méritos, mas é causa de todos os bons méritos..."

A graça é causa dos bons méritos para Agostinho. Ou seja, se recebemos algo, se produzimos algo, não é por nossos méritos (nem salvação, nem boas obras), mas sim pela graça que opera em nós, gerando assim bons méritos.

Assim penso eu!!!

E continua.....

Anônimo disse...

Olá, Vitor.

Obrigada pela dica sobre o site.
Tomarei cuidado!
Como luterana, concordo com as palavras do Rodrigo do post acima.

Abraços.
Adelita.

Rodrigo de Aquino disse...

Creio nessa graça comum que vc fala, é o que Lutero chama da ação do Deus Absconditus. Contudo, isso não quer dizer que essa graça seja inata, inerente ao ser humano. Creio que a graça, seja a comum ou salvífica, é sempre extra nos e nunca intra nos... sempre vem de fora....

bem, é um ponto de vista...

rodrigo

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Adelita!

Fiquei sabendo que você tem um BLOG. Por favor compartilhe com nós sua teologia luterana.

Rodrigo!

Vejo a graça como uma só, porém, agindo em duas formas diferentes. O que Lutero chama de "ação do Deus abscôndito", chamo de graça comum (Wayne Grudem); a ação de Deus sobre todas as vidas indistintivamente. Estou lendo o livro que você me recomendou (e Adelita!), é de um pastor Luterano. Que livro sensacional! Ele até mesmo comenta sobre um certo equivoco de Lutero concernente a queda do homem. Vou ler mais e depois posivelmente escreverei algo a respeito.

Creio que o homem possui uma predisposição para buscar a Deus, desde seu nascimento. Porém isto não vem do homem, mas sim de Deus, uma graça dada por Deus a todos. Pois para Deus, ainda somos a sua imagem!!


Um abraço!

Anônimo disse...

olá vitor !

hahahaha
meu blog não é tão cultural
como o seu e do Rodrigo.
São temas cotidianos abordados
com uma visão cristã, de forma
simples,nada mais.
Prefiro manter anonimato.

Abrçs
Adelita.

Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vitor Hugo da Silva - Joinville, SC disse...

Adelita!

O único BLOG que conheço entre meus amigos, e que possui erudição é o do Rodrigo. Este sim, é um blog cultural. Agora o meu! Também lida com coisas do cotidiano da vida cristã. Não enrole e passe o endereço para nóis (rsrsrs).

VItor Hugo

Rodrigo de Aquino disse...

Adelita,

será um prazer ler seu blog, pois são as coisas simples que moldam a vida cristã!

e pessoal, meu blog erudito, por favor....

paz

ps - estou escrevendo agora a segunda parte do txt...

Adelita Olbrisch do Cabo Ferreira disse...

Ok, senhores...
vcs me convenceram !!!

Abraços.
Adelita

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