quarta-feira, 18 de março de 2009

o desafio de amar

Amar é, pois, sinônimo de desarmar-se, depor as armas. Contudo, depor as armas é abdicar da força. E abdicar da força é ser considerado louco pelos demais e ser abandonado por eles. Daí segue que o amor é incompreensível e doloroso e, por isso, poucos estão dispostos a amar. É certo que quando não amamos verdadeiramente não temos base nem credibilidade para falar do amor de Deus. No caso do cristianismo, há sempre o risco de transformarmos o segmento de Jesus Cristo num segmento de doutrinas e normas morais que, por sua vez, se converta em ideais. O cristão não segue um ideal, nem um sistema de normas de conduta, mas antes de tudo segue uma pessoa. Esta é a grandeza e o escândalo do cristianismo.

Luiz Carlos Sureki in: Perspectiva Teológica. Ano XL Nº 112. p. 398.

Um comentário:

Mayra Lopes disse...

Prezado Rodrigo,

deveras é encantadora a discussão acerca das relações de poder no que se refere ao tema amor.
Não sei se amar implica em tanta coragem quanto a que sugere no texto.
Por vezes imagino que é algo sem outra saída, é como contemplar algo que mesmo resultando em perda das relações de poder e mesmo deixando o ser sujeito ao abandono não se pode deixar de tentar; Por um motivo muito simples: o fato de tentar faz valer a pena, mesmo dando errado é menos pior o erro do que o fato de nunca permitir que tais sentimentos existam.
Mas sem dúvida a temática é vasta e sempre permite um feliz devaneio.
Nas palavras do poeta: "Se em todo lugar o tempo desmorona o que foi belo e deslumbrante, o amor antigo porém nunca fenece e cada dia surge mais amante".
Adorei seu blog.

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