Prezados leitores, mais uma vez peço perdão pela demora em atualizar o blog, mas a vida de casado e em fase de TCC, o ócio está escasso, e pra piorar, quando sobra um tempinho, as muitas séries da TV americana me roubam à atenção.
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Nesse mês, o podcast dos formulados não poderia trabalhar outro tema se não o da Reforma Protestante. Depois de fazermos uma pequena introdução, começamos a abordar os pilares da teologia de Lutero: Somente Cristo; Somente a Fé; Somente a Escritura e Somente a Graça. Semana passada abordamos o primeiro pilar, e apesar de óbvio, foi muito proveitoso rever alguns pontos, que compartilho em breves palavras a seguir.
Lutero não planejou uma revolução, como professor de exegese bíblica ele só queria entender a salvação da humanidade. A pergunta: como o ser humano é salvo, o levou até o Cristo das Escrituras, diferente daquele “oferecido” pela igreja de então. O acesso a Cristo na época de Lutero era extremamente “burocratizado” sendo os ritos/sacramentos central na piedade dos fiéis.
Com a declaração Somente Cristo, Lutero quis colocar Cristo no centro da existência humana. O ser humano na busca pelo Pai só o encontra em Cristo. Todas as perguntas acera de salvação e relacionamento entre o divino e o humano se resolvem no Cristo.
Em Jesus Cristo, mediante a sua pessoa, atividade e história, Deus tem aberto seu coração à nós. Assim, Ele nos deu a certeza do que sente a nosso respeito e sua intenção para conosco. CRISTO É O ESPELHO DO CORAÇÃO PATERNO DE DEUS. Podemos dizer sem titubear: Deus é por nós, Deus quer nos Salvar.
Tudo parece óbvio para nós hoje em dia, mas não era para aquela época, em que a salvação estava ancorada nas tradições e não na Escritura/Cristo. As pessoas viviam a tensão céu/inferno e toda piedade era movida pelo medo de ir para o inferno e não por amor e devoção a Deus. Fazendo essa observação percebo que muitas pessoas ainda vivem nesse mesmo esquema.
No meio pentecostal se pergunta muito pela certeza da salvação. E é incrível como muitos não respondem de pronto. Depois de conversar com muitos irmãos e irmãs, cheguei a conclusão que essa incerteza se dá pelo fato da ausência da centralidade de Cristo. Quando alguém titubeia diante dessa pergunta, é porque a concepção de salvação ainda é meritocrática. Fica claro que não é Cristo que está no centro, mas a piedade.
Alguns colocam a piedade no centro (sou salvo porque oro, jejuo, blá blá), outros o ministério (sou salvo porque sou um obreiro/a aprovado), enfim, existem muitos amuletos que tiram Cristo do centro. Por isso, se faz necessário colocarmos CRISTO no centro e sempre de novo reconhecermos que Somente Cristo Salva e que nossa justiça não passa de absorvente (Is 64.6).
Nesta sexta, 15/10/2010, abordaremos o segundo pilar, Somente a Fé, ouça ao vivo nosso podcast na rádio 107,5FM (quem está fora de Joinville pode acessar www.1075fm.com.br) as 23h. Esse podcast estará disponível para download no portal www.formulados.com.br.
Para elaboração desse texto usei o livro A Teologia de Martinho Lutero, de Paul Althaus, editora da Ulbra, 2008.
SOMENTE CRISTO (Solus Christus)
Lutero resgata o ensino bíblico da centralidade de Cristo, como único fundamento da nossa fé e da nossa salvação. Somente Cristo salva, somente Cristo perdoa, somente Cristo nos conduz à comunhão com Deus. O ser humano não tem forças, nem recursos para salvar a si mesmo, por meio de suas obras ou méritos pessoais. Por si só o ser humano é escravo da corrupção e da perdição. Jesus Cristo, por causa da sua obra realizada na cruz é o único que pode resgatar o ser humano do mal e do pecado no qual se encontra. Lutero coloca no centro da fé somente o Cristo e a cruz e tira do ser humano todo poder ou pretensão de fazer a salvação passar por imagens, santos, promessas ou obras meritórias.
Quanto a isso o reformador nada inventou. Apenas chamou atenção para aquilo que sempre esteve registrado nas Sagradas Escrituras. Quero lembrar apenas uma passagem que aponta para esta centralidade de Cristo como fundamento da nossa fé. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4.12).
Disponível em http://www.luteranos.com.br/articles/9353/1/Os-pilares-da-Reforma/1.html
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