quarta-feira, 27 de outubro de 2010

MEU DEUS, POR QUÊ?

Por Fernando Albano*

“Deus meu, Deus meu por que me abandonaste?”. Estas palavras foram proferidas por Jesus Cristo na cruz. Brado de dor e desamparo que num primeiro momento obteve o silêncio como resposta. Essa pergunta que Jesus fez ainda é feita regularmente em nossos dias. Certamente muitos se debatem com esta questão: a dor que não recebe explicação. Sentimentos de abandono que se instalam no coração e parecem vir marcados pela vocação da perpetuidade. São sentimentos teimosos! Recusam-se a ir embora, querem ser nossos companheiros!

O abandono é uma experiência de dor que todos nós em algum momento da vida já experimentamos na pele. Mas esta dor atinge níveis elevadíssimos quanto nos sentimos desamparado pelo próprio Deus. Assim, quem nunca perguntou a Deus: “Por quê?”. Quem nunca se sentiu abandonado por Deus? Até Jesus sentiu-se assim quando a morte aproximava-se.

Jesus amava a vida e como tal demonstrou pavor diante da morte. Quem ama viver não pode sentir-se bem quando a morte se avizinha. Mas o relato do Evangelho não termina deste modo, a saber com a apresentação de um Cristo abandonado em dor. Antes, ele ora corajosamente e diz em oração: “Em tuas mãos entrego o meu espírito”. Esta é a atitude apropriada no dia mau, da dor e tribulação: entregar, sim entregar nas mãos de Deus o destino de nossa vida. É nas mãos de Deus que nossa existência deve estar, mesmo que não vejamos num primeiro momento qualquer mudança em nossa situação de crise.

Jesus assim faz, entrega a sua vida e finalmente morre. Deste modo, aparentemente jaz derrotado na cruz, sucumbido ante os poderes da morte e do mal. Mas a história de Jesus Cristo não termina desse modo trágico. Sim, porque há ressurreição, há vida. Enfim, o abandono dá lugar ao acolhimento, a derrota dá lugar à vitória. Jesus Cristo ressuscita! Triunfa sobre a morte e todos os poderes do mal e, finalmente assenta-se junto à direita do Pai. Diante disto você pode indagar: “Ok, tudo bem, isso é bonito, mas e minha vida?! Minhas lutas e tribulações?” Calma! Hoje, você se sente abandonado porque está vivendo a sexta feira da paixão existencial, ou seja, momento de abandono e silêncio divino, porém, o dia da páscoa virá, haverá ressurreição, sua vida mudará! Ainda mais: não desista de clamar, mesmo que tenha obtido como resposta o silêncio divino, pois como disse Paulo, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. No final vai dar certo! Não morrerás! Haverá vida e vitória. Portanto, entrega sua vida e confia em Deus, mesmo em meio ao silêncio divino e sob a ameaça da morte; se você assim fizer e puder dizer a Deus confiantemente, “Deus meu” e aquietar em Sua mão, certamente você será surpreendido pelo poder da ressurreição que a todos vivifica e abençoa. Repito: Não é o fim! Pois Deus não o abandonou e garante a possibilidade de um novo começo! Creia e experimente a vida que triunfa sobre a morte e mal.

* Fernando Albano é Presbítero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Joinville/SC. Graduado em Ciência da Religião: Licenciatura Plena em Ensino Religioso – UNIVILLE. Mestre em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST). Professor no Centro Evangélico de Educação e Cultura - CEEDUC e Professor de Ensino Religioso na Escola Municipal Paul Harris em Joinville/SC.

2 comentários:

Alice disse...

Que boa surpresa foi descobri-los !
Ja estão add aos meus favoritos !

abraçosssssss

Willian disse...

Fernando Albano é muito bom!

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